O antigo é sempre melhor (?)


O antigo é sempre melhor (?)

Fevereiro de 2016, acho que estava com uns nove, dez anos. Mal sabia eu que seria meu último ano realmente aproveitando meus privilégios de Fundamental I, sem recuperação, professores chatos e, principalmente o Carnaval. Eu nunca fui e até hoje não sou fã desse feriadão, mas quando entrei no Equipe, percebi que teria que me acostumar com a ideia de fazer isso todo ano.
            Sem sombra de dúvida foi uma ideia super fácil de se aceitar , quem estudava comigo sabia que eu sempre alternava entre duas fantasias: Jasmine e Hermione, com ambas era tanta felicidade esperada por mim, que levava um leão de pelúcia fingindo ser o da minha “ídola” infantil ou  às vezes levava capas e varinhas para dividir com amigos.
            Assim que o intervalo acabava, arrumávamos tudo dentro da mala e esperávamos os professores de capoeira virem com o tambor de sala em sala e assim, irmos andando em fila até o ginásio. Quando chegávamos, era uma confusão mista de diversão e felicidade, jogávamos confete junto com várias tentativas falhas de lançar serpentina, que acabava virando uma bola de queimada para lançar nos oponentes despercebidos. 
            Uns dias atrás, tive a oportunidade de ver o carnaval de novo, dessa vez três anos após meu último carnaval de Fundamental I. Todo mundo começou a fazer a linha atrás das crianças mais novas e fomos até a entrada do ginásio, como nós não podíamos  ficar de penetra na folia, acabamos vendo só de cima. Enquanto as víamos se divertindo, a gente ficava sempre explicando pra quem era novo: “Não, isso não era assim não”. “Fulano, nessa hora aqui todo mundo fazia isso”. Com direito a demonstrações e tudo mais. Vira e mexe acabávamos recebendo serpentina pelas grades e parecia um mercado no apocalipse. E, diferentemente de antes, agora todo mundo tinha noção mínima de como usar.
            “Nossa, mas na minha época não era assim”(como se fosse há muito tempo). E eu fiquei me perguntando na volta pra casa: O antigo é melhor? Claro que para mim, nesse caso, a resposta era obviamente que sim, parecia mais “vívido”, mas para quem está de fora, como nós, poderia ser a mesma coisa. Li uns textos sobre esse tema umas semanas atrás e eu cheguei à incrível conclusão de que não, mas sim. Eu sempre vou ter aquela imagem linda e que não vai ser substituída, mas desde que as crianças que eu assisti tenham a mesma sensação que eu tive por aqueles cinco anos, vai ser melhor. 
            O antigo só é melhor para quem é “velho”.




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